12 novembro 2012

Just be yourself


Isto está difícil. Gostava de poder dizer que não, que apenas faço muito filmes, pois até há quem diga que penso de mais e talvez, quem sabe, poderia dar uma boa realizadora... É possível que essas tais pessoas tenham razão, talvez eu pense mesmo de mais nas coisas, nas consequências delas e no que as causou. Mas porra eu sou humana, tenho cérebro, não é suposto pensar, reflectir e só depois tomar as nossas decisões?! Costuma ser… Mas e se não pensasse tanto? E se somente agisse e visse depois as consequências, antes de as calcular? Talvez isso fosse o mais acertado, pelo menos neste momento, com tudo aquilo que está em jogo, jogo do qual eu, o meu futuro e a minha felicidade dependemos obviamente.
Existem dúvidas e não existem respostas. Existem pessoas, mas e a “minha pessoa”? Será um daqueles dois opostos, que me cativam? Dúvidas incríveis estas, tal como a situação, sem dúvida que é brutal. Nunca tinha  sentido tal turbilhão dentro de mim, deixa-me sem respirar e com vontade de tudo deixar. Por vezes, apetece-me mesmo parar no meu canto, sem ninguém. Ficar sozinha para que não tenha que enfrentar o mundo, as pessoas, a merda da sociedade que critica tudo o que mexe, tudo o que pensa, tudo o que fala. Porquê? Porque fazem as pessoas isto, quando sabem perfeitamente que magoam o outro? O outro deveria ser respeitado, é isso que aprendemos na escola desde pequenos, que devemos respeitar os outros para que eles nos respeitem. Isto aprende-se na primária e mais tarde no liceu, onde nos ensinam os direitos e os deveres de cada um de nós, para que viver em sociedade seja possíveis e que ninguém saia prejudicado. Só não nos ensinam - em nenhum lugar - que as pessoas são cínicas, egoístas e apenas se preocupam consigo e com o seu próprio umbigo. Não nos ensinam que essa treta da sociedade não passa disso mesmo, uma treta, uma mentira, uma GRANDE mentira que nos é ensinada e esfregada na cara. Ninguém nos ensina como sobreviver à sociedade, aos outros, apenas nos ensinam a escrever, a ler e a compreender a porcaria de um texto. Sim porque o resto percebemos nós sozinhos, quando nos deparamos com as situações diárias, fazendo com que cresçamos de dia para dia, de ano para ano…com o tempo, basicamente, é com ele que se aprende a viver e se cresce.
Por exemplo, a Casa dos Segredos, que é o grande tema dos nossos dias neste reles país a que chamamos Portugal, esse programa que reflecte perfeitamente em que estado estamos nós e a nossa bela sociedade. Isto é, está degradada tal como todos nós que vemos e comentamos tudo o que aqueles “actores momentâneos” fazem. Tudo isto para “fugir” ao real problema que nos sufoca, a crise. Essa que também falamos, comentamos mas depois quando se pergunta “então e tu, que farias para resolver o problema económico em que nós e o resto do mundo nos encontramos?”, respondem tudo menos algo com o mínimo fundamento. É deveras engraçado, sabe-se criticar mas depois resolver a situação ou ter, pelo menos, uma ideia de como fazê-lo aí já a porca torce o rabo – hipocrisia no seu puro estado.
Enfim, bem-vindos ao século XXI, onde dizem que as mentes são muito abertas, as soluções estão há vista e existe de tudo para que se viva nas melhores condições, mas tudo o que se vê é o contrário. A diferença ainda não é aceite. O pensamento é de facto muito retardado. As pessoas são falsas, hipócritas, cínicas, fúteis; são, portanto, pessoas. Por isso, muito boa sorte nesse acto de sobrevivência, a sério que estou convosco. Quem se arrisca a não desistir, para mim, já é um herói (ou uma heroína).